e-vida.com
Nova economia me
matas
Com tecnologia de
hipnose;Vejo milhões de qualquer coisa
Pessoas, dinheiro, vitórias, frustrações;
Informação não assimilável
Despejada, reinventada;
Porta aberta ao egoísmo partilhado
Porta fechada à cristalização;
Túnel de vento em turbilhão
Presídio por onde passarão
Pessoas em busca de libertação.
A
Armadilha
Caí na armadilha
do tempo,
Prisioneiro do faz
de conta,Aventureiro do fingir.
Busco o meu passado
À luz do meu presente
Para projectar o meu futuro.
Encontro jogos e
ficções,
Ornamentos sem
substânciaFalta-me a alma.
Caí na armadilha
do tempo
Como cai qualquer
maquinismo,Sem consciência da perda da alma.
Os sentimentos
asfixiados
Procuram uma
abertura para respirarUm buraco no tempo.
Vou possuir este
buraco no tempo
Atravessando o
hímen da indiferençaRenascendo com a penetração.
Uso-o com um
alívio do tamanho do mundo
Vou atravessá-lo
rumo à minha almaLibertar-me desta armadilha.
Rir
Que queremos apanhar neste mar de revolta
Espólio do naufrágio lento do nosso íntimo.
O riso
convulsivamente desejado
Balança entre a fé
e a esperançaAgarrando-se tenazmente à cruz do martírio.
Rir é vomitar
heranças do bem e do mal
Num alívio
envergonhado e balofoDe felicidade disfarçada.
Rir é também
afastar a morte
Dizer não ao
cinzentismoDizer sim à sensibilidade racional.
Rir pode ser
quebrar algemas enferrujadas
Gritar, cantar,
falar, murmurar alegriaAcordar da sonolência fatal.
Rir, sem amarras,
por amar
É encontrar deus e
os anjosEm conversas de prazer.
Nele caem as carícias indiferentes
Para ele vertem outras indiferenças
Pelas suas paredes escorrem mágoas
No seu interior só entra um outono
Cujas matizes, a pouco e pouco, enegrecem.
De vez em quando,
visito o poço
Não por que queira
ou seja atraídoMas porque vou, numa nuvem, atrás de ti
Levo o sol numa mão e a lua na outra
Sopro-te sonhos e risos, até ficares despenteada,
E com uma mão tua no poço, me enviares a outra
para mim.
Bom
Dia!
Dormi, acordado contigo, com
Uma saudade em forma de lágrima,
A saudade que cavalga um desejo
Transparente como uma lágrima.
Acordei, adormecido
contigo, com
Um prazer de
soltar lágrimasHá demasiado tempo retidas
Bom Dia!
Diz-me... não, não me digas
Quanto tempo leva uma lágrima a secar.
As minhas mãos
abraçam-se nas tuas
Os meus olhos
brincam com os teus;Bom Dia!
Sim, tenho os olhos brilhantes
É da tua luminosidade.
Dentro de mim as lágrimas não secam.
Mas perdem-se nas paisagens da tua carne;
Os meus ouvidos recebem o silêncio destes vales
Mas não perdem a doce sonoridade da tua respiração.
De noite a tua
boca engole-me
Com a planície por
testemunha;O amor sobrevive à noite
E adormecemos à sombra como pássaros.
Vou-te confessar
este segredo
Tão secreto que só
tu o conhecesRegresso vezes sem conta aos vales
Só para te ouvir respirar.
FL Wright
Sem comentários:
Enviar um comentário