sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Esperança também tem preço




Gostava de transmitir uma nota mais optimista. Mas o optimismo sai-me forçado, irresponsável até. E não consigo sustentar essa nota em argumentos lógicos, racionais, financeiros. E só a palavra Esperança parece sustentar o optimismo que todos gostariam de ver melhor justificado.


A Esperança vai assim reduzir-se a uma palavra usada e abusada. Podemos contornar a questão, mudando-lhe a forma. Chamando-lhe Pensamento Positivo. Mas a fundamentação falha e o Pensamento cola-se à Esperança.


Gostava de transmitir optimismo, porque acreditasse e tivesse confiança nos agentes de mudança. Confesso não conseguir atraiçoar o meu próprio pensamento.


Em termos globais, não há razão para faltar optimismo. Em termos globais, serão cada vez mais os milhões que sairão de um estado de pobreza física, em países de economias emergentes, que hoje em dia dão cartas e vêm "dar uma mão ao ocidente".


Ah, o ocidente! começando pelo ocidente que ultrapassou a ocidental praia da Taprubana.


E existe sustentabilidade nesse gesto? Ficaremos refens dos emergentes? Ou o ocidente estará mesmo a emitir o seu canto do cisne?


Gostava de transmitir uma nota de optimismo mas abava-se-me a voz.


Anna Pavlova, a morte do cisne
Anna Pavlova, e o seu cisne de estimação Jack