quarta-feira, 27 de junho de 2012

Arte para gigantes

Passada a onda mais pessimista, volto aqui para carregar sobre o conceito de Arte.
A propósito do gigantismo que alguns artistas adoptaram recentemente.
Com tal desproporção, como é possível apreciar as obras gigantes? Aquele artista (Javacheff Christo)que cobre e embrulha pontes e monumentos, produz o quê? Arte? Aquele artista (Spencer Tunick) que contrata pessoas para se colocarem nuas às centenas e serem por ele fotografadas, produz o quê? (a última vez foi há dias, em Munique, para celebrar os 200 anos do nascimento de RWagner, que nasceu em 1813) Arte? E todos aquele artistas cujo nome se esquece de imediato, que montam exposições com labirintos, com esculturas de formas gigantescas, produzem o quê? Arte?
Arte não é certamente. Formas de expressão? talvez já possa aceitar essas manifestações como formas de expressão.
Nunca como Arte.
Sob pena de ser obrigatório rever o conceito que temos de Arte. Sob pena de ser impraticável a aquisição dessas obras, para possuir particularmente, para deleite diário, para deleite privado com os amigos e apreciadores.
Afinal, parece que a resmunguice deu lugar ao pessimismo... E que tal, a resmunguice como forma de Arte? Difícil de colocar em exposição? Ou fácil de expôr, se a eloquência for a arte de falar aos berros. No fim, existem apreciadores para tudo.

Joana Vasconcelos em Versailles, Junho 2012