quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mobilizar


Explicar de forma acessível que Portugal está em dificuldades não é muito difícil. Basta dizer que não há dinheiro! Toda a gente percebe. E antes de tirar dinheiro aos contribuintes há que mobilizar a cidadania para um esforço colectivo de produção, de inovação, de consumir nacional, de respeito pelo país e pelo que é português. Depois sim, as medidas terão de ser anunciadas, explicando a sua opção e quantificando os seus resultados. Medidas de austeridade e medidas para ajudar a colocar Portugal no mapa dos países com poucos problemas.
O que tem sido feito é de uma inépcia confrangedora. O Governo não sabe comunicar, não consegue mobilizar e anuncia medidas que, ao invés de unir as pessoas, provoca imprudentes clivagens no tecido social. Depois virão os remendos. E tecido remendado não dura muito.
Os anunciados cortes de 2 meses aos funcionários públicos e pensionistas é exemplo disso mesmo. Divide a sociedade em muitos retalhos. De um lado os funcionários públicos e reformados, do outro os funcionários privados. Deste lado, os privados que não vão ter cortes e os privados que irão ter, porque os seus empregadores assim o negociarão sob o espectro de que a alternativa é o desemprego. Claro que estes cortes não irão para o Estado, mas sim para diminuir os prejuízos das empresas. Que, caso dêem lucro,apenas darão 25% ao erário. E virão os lobbies reforçar as divergências. Falar-se-á de iniquidade fiscal. Etc.
Solução? todos por todos!
Primeiro, a mobilização da sociedade.
Segundo, manter um imposto extraordinário para todos os rendimentos.
Terceiro, baixar o imposto sobre os lucros das sociedade, para evitar a tão aliciante economia paralela.
Quarto, avaliar os excessos de pessoal, cortar gastos e reorganizar a função publica.
Quinto, despedir quem está a mais, criminalizar o despesismo e encerrar os serviços que não prestam serviço. Custa dizer despedir, custa muito mais não emagrecer o monstro que nos conduziu a este estado insustentável. Quanto mais depressa melhor, mais rapidamente recuperamos, pomos a economia a funcionar e a dar de novo emprego. O argumento dos custos do desemprego não colhe, pois o desempregado tem um custo muitissimo mais baixo e de duração muito limitada. Basta fazer contas.
Finalmente, apresentar ao país a equação que equilibra financeiramente tudo isto: apresentar os custos das medidas e os proveitos que as cobrem. Traçar o cenário que permita perceber que o que se está a fazer, não é em vão. E que estaremos a criar uma sociedade mais produtiva e eficaz nos próximos anos. A tempo de recuperar quem mais sofrer agora.
Caso isto não se faca, entraremos num longo inferno do nosso descontentamento.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Steve Jobs rip




"Mantém a fome, mantém a loucura" era este o teu conselho para ti mesmo.



Tiveste sucesso em vida, mas só serás devidamente reconhecido depois de morto. Logo tu, que não querias ser o homem mais rico do cemitério. Tiveste a visão que só alguns conseguem ter de como viver melhor o futuro. Deixas uma herança revolucionária, linda, pronta a ser desenvolvida.



Mesmo sabendo isso, sei também que o mundo vai ficar bem mais triste. Porque é que este ano não me chegam boas notícias? pior, as que chegam são invariavelmente más.



Há quanto tempo não venho aqui escrever? Precisamente, muito. Tenho fome, mas tem vindo a faltar-me loucura.