quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Blutendes Herz




Wortlos. Nur Enttauschung und Leid.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A hipnose e a Paixão


Falamos com pessoas com quem é impossível conversar. Falamos com pessoas que falam monocordicamente, que exprimem opiniões sem as defenderem, porventura opiniões que abandonarão no dia seguinte. Falamos com pessoas que não vibram nunca, desprovidas de algo que lhes diga muito, muitissimo. Falamos com pessoas que palram os estereotipos daqueles que querem imitar. Falamos com bonecos sem alma. Falamos com quem não compreende as paixões que preenchem as nossas vidas. Falamos com pessoas que não têm paixões. Falamos com pessoas sem interesses e sem interesse.

O mundo está cheio de pessoas assim, para quem viver é possuir sinais vitais.


Que pena estarmos rodeados de pessoas sem interesse. Gostava que vibrassem com o mar, com o seu cheiro, com a sua imensidão, com o seu murmúrio. Gostava que vibrassem com a dedicação de um cão. Gostava que vibrassem com o Quarteto para o Fim dos Tempos, com a forma como a música suspende o tempo e dá sentido à eternidade. Etc, etc, existe um mundo à espero que vibremos com ele.

Existem é poucas pessoas que nos façam vibrar. E que nos façam viver por elas.
Doré, Don Quixote

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Criatividade, procura-se




Criatividade. É o factor de diferenciação quando tudo o mais se pode copiar ou fazer parecido. Podia desde já dizer que os países dependem da criatividade. Como lembrou há pouco um jornalista do Financial Times, o Brasil não é conhecido tanto pelos motores da sua economia mas mais pela música, moda, arquitectura,... ou seja, pela criatividade. Mas nem sequer é aqui que quero tocar. Quero mesmo chegar ao indivíduo: onde está a criatividade?

Cada vez há mais gente no mundo e por isso a probabilidade de haver mais criatividade é maior. Mas vejo o contrário. Paro para pensar nas causas, e que vejo?

Primeiro, que cada vez tenho menos tempo para pensar.

God! how could I let this happen?

Tornámo-nos dependentes, viciados em toda a espécie de gadgets. Não só. Os computadores, as redes sociais, as toneladas de e-mails para ler e/ou responder, os canais de tv por cabo. E quando julgamos que vamos para casa depois de um dia estafante a trabalhar, ou mesmo quando rejubilamos por irmos de férias, lá vêm os iPhones, os Tablets, os iPads e iPods atrás de nós.


E assim deixámos de viver a família, viver a nossa intimidade, e, pouco a pouco, de viver em vida.


Os filhos não têm tempo para nós nem nós para eles. Lembramo-nos vagamente de, ainda não há tanto tempo assim, apreciarmos o põr-do-sol acompanhado de um charuto e de um portronic, de se fazer uma caminhada só para ir apreciar as ondas do Guincho. De ter um jantar demorado com a família à mesa. De falar, falar contra a passividade que nos vai calando.


Temos de reagir a esta intoxicação digital. Temos de parar para pensar, levar o cérebro para o ginásio, exercitá-lo e assim provocar a criatividade. Como dizia o cartaz do Uncle Sam, the country needs you.


Eu preciso de mim.