quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Pensador



Juro que não queria pensar!
É exercício de masoquismo, conflito perdido.
Pudera eu ouvir o meu coração no seu ritmo infatigável,
Soprar-me ao ouvido as qualidades para se ser um Pensador,
Avisando-me das armadilhas semeadas ao longo dos pensamentos.
Pudera eu ver as trevas da ignorância e tomá-las como luz.
Pudera eu sentir a letargia da solidão como festa dos sentidos.
Pudera eu olhar para o vazio que conquista este mundo
E continuar a sorrir por existirem árvores e rios à minha volta.

Juro que não queria pensar!
Preferia pegar no escopro e no martelo,
Cercar uma pedra distraída, tocar-lhe e senti-la
Fixar-me na abstracção enquanto a dilacerava com a minha energia,
Rebuscando nas suas entranhas mais recônditas,
Até nelas encontrar um Pensador que fosse feliz.
Ah, mas só Rodin o conseguiu.
E eu,... sinto-me o pó que restou das suas esculturas.

Rodin, o Pensador

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Música e Letra




Blue moon
You saw me standing alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own


A letra de uma canção é alimento que se degusta com maior prazer quando a música nos encanta. Ouvir desta música, mas com letras menores, torna-se um suplício que nos conduz descalços pelo caminho tortuoso da frustração. O mesmo caminho que se toma quando a música nada nos diz, mas acompanha uma letra que fala connosco (e não precisa ser sublime, nem uma nem outra).


Lua Azul,
Tu viste-me tão sozinho
Sem um sonho no meu coração
Sem um amor só meu

Neste exemplo, que perde ainda mais na tradução simplista, temos uma música linda que enriquece a letra, e a transforma em algo que nos redime do pecado de gostar de letras tão... tão naive.



Yerka´s zeppelin


sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Arrependimento


Ninguém se deveria arrepender do que fez. Porque é inútil. Pura e simplesmente, uma pura perda de energia. Porque o castigo mentalmente infligido só irá causar desgaste físico e psíquico.
Mas como evitar determinados arrependimentos? Arrependimentos por não termos feito outras opções. As de fundo. Aquelas que poderiam mudar a nossa vida. E pairará sempre a dúvida sobre o desenlace da opção. Melhor? Pior? Por vezes, a resposta é simples, e vem carregada de certezas: Diferente!
E ganha força o arrependimento. Castigador para todo o sempre. Como castigador é olhar para este quadro de Magritte, desejar ver os joelhos da mulher, mas bendizer por não terem sido pintados.
Magritte sabia de tortura, e chamou-lhe Magia Negra.
R.Magritte, Magie Noire

terça-feira, 2 de junho de 2009

O Anel em Valencia




Daqui a poucos dias inicia-se o ciclo completo do Anel no Palau de les Artes, Valencia. Anseio pela sua gravação em DVD. Uma espectacularidade encenada como nunca pensei. Um ciclo construído nos últimos três anos, e que este mês terá duas execuções completas. Acompanhei-o (apenas, infelizmente) pelas dezenas e dezenas de fotografias das jornadas. Belíssimas. Pelo que mostram. Pelo que anunciam. Pelo que me fazem sonhar, em frustrada antecipação.
Penso que será umas das produções mais marcantes da Tetralogia. E aqui tão perto... Com uma Gutrune portuguesa. Dirijo um grande lamento, um uivo de alma rasgada, lancinante até às paredes da sala do magnífico Palau, por não poder estar nela sentado (pelo menos) entre 15 e 21 deste mês.
Viva Valencia!

Día 01: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 02: Ópera: El Ocaso de los Dioses (fuera de ciclo)
Día 03: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 04: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 05: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 08: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 09: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 10: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 11: Cine. Die Nibelungen (1924) de Fritz Lang, con un recital pianístico previo con obras de Wagner.
Día 12: Recital. "Soirée en Wahnfried". Obras de Beethoven, Liszt, Schumann y Wagner. Claudio Carbo al piano. Teatro Martín y Soler
Día 14: Recital. "Lieder de entorno wagneriano". Wesendonck-Lieder y otros lied de Brahms, Schumann y Strauss, con Catherine Wyn-Rogers (mezzosoprano) y Klaus Sallmann (piano). Teatro Martín y Soler
Día 15: Ópera. El Oro del Rhin (primer ciclo)
Día 16: Ópera. La Walkyria (primer ciclo)
Día 17: Conferencia. Encuentro con Carlos Padrissa, director de escena de El Anillo. Salón del Turia.
Día 18. Conferencia. "El Anillo de Valencia", por Guillermo García-Alcalde.
Día 18: Ópera. Sigfrido (primer ciclo)
Día 20: Conferencia. "Wagner en el Mediterraneo", con Roger Alier Guillermo Garcia-Alcalde. César Rus y el moderador Manuel Muñoz.
Día 21: Ópera: El Ocaso de los Dioses (primer ciclo)
Día 22: Ópera. El Oro del Rhin (segundo ciclo)
Día 24: Ópera. La Walkyria (segundo ciclo)
Día 25: Teatro. Espectáculo "Anell de Ilum", de La Fural del Baus. Pasarela de acceso al Palau de Les Arts.
Día 26: Teatro. Espectáculo "Anell de Ilum", de La Fural del Baus. Pasarela de acceso al Palau de Les Arts.
Día 27: Teatro. Espectáculo "Anell de Ilum", de La Fural del Baus. Pasarela de acceso al Palau de Les Arts.
Día 27: Ópera. Sigfrido (segundo ciclo)
Día 28: Teatro. Espectáculo "Anell de Ilum", de La Fural del Baus. Pasarela de acceso al Palau de Les Arts.
Día 30: Ópera: El Ocaso de los Dioses (segundo ciclo)
Todo el mes: Exposición. El Anillo de Valencia. Comisaria, Lourdes Jimenez. Vestíbulo de la Sala Principal de Palau.
junio 2009