segunda-feira, 14 de abril de 2008

Tudo bons filhos

Experiência:
Vamos pôr os filhos em copos, até meio, e perguntar aos respectivos pais como os vêem.
Resultados:
Uns viram-nos meio cheios, outros meio vazios; quase todos disseram, com irreprimível consternação: é preciso ter sorte com os filhos!
Mau sinal! Porque a sociedade, o país, precisa de bons filhos, bem formados, altamente capazes de a enriquecer sob todos os aspectos.

Serviu esta experiência, levada a cabo ao longo da vida e com fase desgastante no último fim de semana, para realizar aquela verdade insofismável sobre os abismos entre gerações.
É verdade, sofre-se ao reconhecer que pais e filhos vivem em realidades diversas. Ignoremos as excepções, pois é utópico nivelarmos a sociedade por elas.
Sofre-se, quando se é pai, por acreditarmos que não somos compreendidos. Solucção: ir ao encontro dos pensamentos dos filhos.
Sofre-se, quando se é filho, por acreditarmos que não somos compreendidos. Solucção: ir ao encontro dos pensamentos dos pais.
E quando somos pais e filhos ao mesmo tempo? Bom, para além de se sofrer duplamente, acresce um sentimento de impotência para encontrar um espaço de comunhão. A tendência é desistir, sofrer para um lado, sofrer para o outro, tentando equilibrar mais o lado dos filhos. Enfim, ignomínias das condicionantes da natureza humana.
A triste conclusão é que os pais mais velhos têm menos capacidade para se adaptar aos pais mais novos do que estes aos seus filhos. É preciso ter sorte com os pais!
Mau sinal! Porque a sociedade, o país, precisa de bons pais, altamente capazes de deixar uma herança de orgulho aos filhos.

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