sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Coincidências


E coincidências? existem mesmo? ou têm significado porque nada acontece por acaso? Há dias ouvi uma história de coincidências. Simples: dois amigos que pouco se falavam teriam pensado um no outro no mesmo dia e entraram em contacto. Mas um deles sonhara que o outro tinha morrido. E falaram nesse dia. Mera coincidência? Diz-se que este tipo de ocorrência é frequente em gémeos separados. Não sei o que lhes aconteceu, se passaram ou não a con(viver) mais. Que importância terão dado à coincidência? ou se se filiaram na vertente do "nada acontece por acaso"? Interessa mesmo? seriam gémeos sem saberem?

Lembrei-me deste episódio a propósito da peça que Eunice está a fazer no D.Maria. Chama-se "o ano do pensamento mágico". Gostei imenso do livro de Joan Didion, onde ela relata o sentimento de perda do marido. Ela e o marido seriam "gémeos" como no episódio relatado. Eu direi que eram Amigos e Cúmplices. É um livro que se lê com um nó na garganta, é uma peça de teatro que várias actrizes podem fazer. Não muitas, só as que sabem comunicar o sofrimento. Por cá, pode ser a Eunice, a melhor que temos. Mas nada mais comovente do que a interpretação entre a lucidez e a loucura que Vanessa Redgrave entregou em 2008 em Londres.
Senti urgência em reler Didion. E fui buscar esta fotografia italiana de Cartier-Bresson. Porque nela vejo a cumplicidade entrelaçada com a confiança. E imagino assim a Amizade entre dois seres. E não consigo imaginar como deve ser terrível a perda de um para o outro!

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