quarta-feira, 7 de abril de 2010

Pascoálias




A Páscoa é Parsifal e nenhuma Páscoa me pode passar sem os sons sagrados. Assim tem sido, desde que me lembro. Em anos de luxo, consigo ouvi-lo na íntegra. Em Páscoas com outras preocupações, apenas excertos. Mas ouvi-o na íntegra no final do ano passado. Sublime, Redentor.

Algo mais me remeteu nesta Páscoa para Wagner: morreu o seu neto Wolfgang. Penso que com ele acabou de morrer uma sensação de ligação física ao Mestre. É normal os netos conhecerem os avós, e depois de Wieland restava apenas Wolfgang, para me fazer sentir uma certa existência de Wagner na Terra. Agora acabou. E não vai ser bom para Bayreuth. Oxalá me engane, mas penso que só o Estado alemão terá capacidade para não permitir que a colina verde se ensombre com as mesquinhices humanas dos herdeiros.

Antes da Páscoa, os Tindersticks estiveram na Catedral de Manchester. Nada mais apropriado. E tocaram Peanuts. E fecharam a igreja com My Oblivion. Aqui ficam as fotos.

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