segunda-feira, 1 de julho de 2013

O futuro


Faz parte da roda da vida cada nova geração tomar o lugar da que a precede. Quando tal não acontece, cria-se um hiato vazio, em que a velha geração nada consegue acrescentar ao que fez (construiu ou destruiu) e a nova nada consegue fazer, por não ter tomado o lugar. E "tomado" deve ser lido como "conquistado" na situação que Portugal atravessa, em que os velhos se repetem e os novos não se fazem ouvir.

Temos uma geração nova e desempregada, sem crédito cívico para se afirmar e sem crédito financeiro para se realizar, com maior ou menor grau de empreendedorismo. E temos uma geração velha que claudica no pouco que conseguiu fazer, e se agarra a esse mesmo pouco, prolongando o estertor da sua sobrevivência.
Ambas as gerações, incompetentes para mudar o estado das coisas e fazer andar a roda da vida. Uma porque é incapaz e a outra porque tem medo. É por este medo que, pela História, será condenada. Pelo medo em dar espaço e ajudar a formar a geração que lhe tem forçosamente de seguir. A lei da vida limitada assim o obriga.

Estão lançadas as bases para o hiato vazio! É este o futuro que se aproxima. A sobrevivência, essa depende do tamanho do hiato: quanto mais reduzido maiora esperança de vida.


Inferno - Livro das horas do Duc de Berry

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