quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O triunfo da bisbilhotice



No século passado, Guy Debord descreveu a praga que percorre estes tempos de comunicação fácil, chamando-lhe a sociedade do espectáculo.
A primazia do entretenimento fácil, como anestesia do pensamento e congelação da criatividade. A bisbilhotice como única alimentação da vida. A promoção das fake news como justificação para um mundo em que todos estamos bem informados. Um triste espectáculo!
Esta cultura da ocultação da engrenagem dos poderes através da construção de comunidades amorfas, tem sido um sucesso recorrente para qualquer das correntes do poder, que assim fica liberto para o seu livre exercício. E na altura de plebiscitar, reforça-se o espectáculo.
Isto, a propósito das mais actualizadas correntes falantes, as tecnológicas, digitais, e até virtuais (!). No rescaldo da web summit, a alegria tecnológica do espectáculo em palco, não é mais que a cobertura do espectáculo de bastidores, feio, porque revelador da verdadeira natureza humana. A sofreguidão na busca de investidores para uma maioria de projectos que são uma forma de vida dos novos chicos espertos. Com a benção dos espectadores.


Vieira da Silva, Tours d´Armes

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