quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

memorabilia - que fazer com ela em vida?


Ao longo da vida acumula-se muita tralha. Grande parte inútil, porque nunca foi revisitada. Outra parte, a estimada por quem a guardou - livros, música, filmes - que fazer com ela? e quando?

Pilhas de livros e milhares de horas em música, que precisariam de uma outra vida para serem revisitados. As solicitações imediatistas ao alcance dos jovens de hoje são de tal forma enebriantes que aqueles activos nada significam. Já para não falar do valor emocional que esta ou aquela obra tiveram para o coleccionador arquivista.

Quem, hoje, olha para aquelas obras como material fundamental para compreender um mundo que se vai esvaziando de valores, de História?
Quem, hoje, os poderá acolher como monumentos vivos?
Quem, hoje, não encolhe os ombros ao coleccionismo, ao acumular de registos históricos?
Quem, hoje, não desdenha estas heranças, quais despojos de um maníaco?

É fácil não fazer nada e deixar o problema aos herdeiros, para quem não passa de lixo.
Mas também há a alternativa romântica: destruí-la em vida, como o último gesto de afeição. Mas, e quando? e por que ordem? de preferência, de registo?

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