quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Make love



Este vinho, bebido há dias, à lareira, entranhou-se-me. And you know why?
Começou por me provocar. Com o seu cheiro. O nariz transmitiu-me sensações de volúpia e tive de proibir a boca de o beber. Aquela sensação tinha de durar. Mais e mais. Queria bebê-lo, mas não já. Na ânsia de o cheirar com maior intensidade, mergulhei o nariz no copo. Foi então que este se inclinou, e o vinho se roçou nos meus lábios. Veludo. O vinho tinha a forma de uns lábios suaves, sábios na arte de amar. Gradualmente, o cheiro e o sabor tomaram a forma do desejo. Estranho, como um vinho se entranha e provoca a urgência de se consumir o desejo. Levantei os olhos para a chama que dançava na lareira, movimentos de um erotismo profano. Algures, fechei os olhos, e estive contigo, chama.

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