terça-feira, 20 de maio de 2008

Filantropia

A propósito dos distúrbios de ontem na África do Sul, lembrei-me de registar algumas palavras sobre alguma filantropia actual. A que tem origem em jovens milionários, que fizeram fortuna suficiente para lhes permitir encarar, sem preocupações materiais, o seu futuro. Um luxo ao alcance de poucos. Não o luxo de poder gastar ou esbanjar dinheiro. Mas o luxo de poderem viver em vida. Saboreando os dias e as noites, numa saudável perseguição dos seus sonhos.
São já muitos os ricos que aplicam as suas fortunas em projectos pessoais, mas com forte e positivo impacto para além dos seus sonhos. Falo de quem comprou vastas extensões de terras em África, reavivando alguma da mística que Hollywood divulgou há dezenas de anos, em filmes de intensidade carnal.
Na tentativa de realizarem desejos após uma vida urbanamente sufocante, alguns dos materialmente poderosos, instalaram a alma em zonas de infinita beleza, nos antípodas do ambiente onde fizeram fortuna. Ajudam as populações a alcançar limiares nunca imaginados de bem-estar: alimentação, educação, medicamentos, etc. Ajudam a que o eco-sistema não seja destruído: dezenas ou centenas de hectares, onde não deixam que a urbanidade cresça como um cancro. Vivem metade do ano em tendas porque o cimento já incomoda. São os novos filantropos a quem agradecemos o despojo material para salvar algumas partes do planeta. Haja esperança no alastrar dessas pequenas manchas mantidas em estado puro.

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