quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Rating


O downgrading do rating da República está despudoradamente ameaçado pelas agências da especialidade ( a começar pela S&P ). Ironicamente, pelas mesmas organizações que não souberam ver como se construiu esta crise financeira; pelas mesmas agências que teimavam em manter classificações AAA em instituições e fundos até ao dia do anúncio do seu funeral. E apenas no dia seguinte corrigiam a sua perspectiva, anunciando que aquelas afinal eram junk . Casa roubada trancas na porta. Isto diz tudo sobre a credibilidade que nos merecem. E vêm agora varrer, do alto da sua intocável sabedoria, a Grécia, a Irlanda, a Espanha e agora Portugal, para o canto dos países com problemas decorrentes de uma crise que não provocaram.

As consequências do downgrading irão ser desastrosas, pois irão encarecer o serviço da dívida não só da República como dos agentes financeiros. Pode ser que os investimentos que previsivelmente o Estado anunciou para dinamizar a economia, fiquem no tinteiro. Grande ajuda para combater a crise!

Só vejo uma forma de arrumar com estes senhores: BCE e FED unirem esforços para a construção de uma agência de rating supranacional, que passaria a atribuir as classificações às soberanias e a institucionais que incorporassem, pela sua importância, uma lista de entidades aprovada, de forma concertada, pelo poder político.

O rating é um assunto demasiado sério para ser deixado às agências de rating.

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