sexta-feira, 30 de junho de 2017

Passado Presente Futuro



Fala-se de tudo. Mas falar de tudo é o quê? Tudo é a actualidade, o que está a acontecer, enfim, o Presente.
Mas, regra gera, fala-se sem pensar. Pensar é perspectivar para compreender, para poder ter uma visão justificada do que pode significar o Presente. Pensar tem de ser olhar para o Passado, procurar as ligações do Passado ao Presente, e assim compreender e justificar que o efémero hiato entre Passado e Presente é um tempo contínuo que nos transporta para o Futuro. E o Futuro deixa de o ser quando vivemos, tal como o Presente rapidamente se transforma em Passado.
Pensar é conseguir a compreensão destas ligações. Só assim conseguimos compreender o Presente que estamos a atravessar e então equacionar o que pode ser o Futuro.
O que se nota cada vez mais, é que ignoramos o Passado, os seus ensinamentos, e nos espantamos com o que acontece no Presente. Seja o surgimento (ou antes, ressurgimento) do populismo. Seja o desmoronamento social. Seja a tomada do poder pelos menos capazes.
Deixámos de pensar, já só falamos. Com pressa, à velocidade das movimentações nas redes sociais, que anestesiam a mente, tornando-a preguiçosa demais para pensar. Descuramos o desenvolvimento da inteligência e deixamos o mundo entregue à instalação da esperteza. E esta, salvo raríssimas excepções, não anda de mãos dadas com aquela.
Até percebermos este perigo de não sabermos ligar Passado Presente Futuro, iremos conhecer um Presente que não entendemos e que nos vai fazer sofrer.


C Brown, untitled

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